Quinta do Terreiro da Luta

Quinta Terreiro da Luta

Inaugurada em 1912, foi o Comendador Manuel Gonçalves, director dos Caminhos de Ferro do Monte, que sonhou e edificou este Chalet Restaurante de inspiração Suíça. A chegada do comboio até esta Estação aconteceu nos frenéticos anos 20 “Belle Époque“ onde esta instância conheceu anos de fulgor e glamour.

A localização privilegiada da Quinta do Terreiro da Luta confere-lhe uma vista única sobre a cidade do Funchal, aliada aos seus verdejantes e sempre bem cuidados jardins, tornam este espaço uma referência do destino Madeira. É idílico pela sua caracterização e forte componente histórica.

 

Francisco Franco

(visite a Quinta do Terreiro da Luta, onde permanece em óptimo estado de conservação a escultura de “João Gonçalves Zarco” o célebre descobridor da Madeira, obra datada de 1928

Escultor português, Francisco Franco de Sousa, irmão do pintor Henrique Franco, nasceu em 1885, no Funchal e morreu em 1955. Estudou escultura na Escola de Belas-Artes de Lisboa e, no início dos anos 10, deslocou-se para Paris com objectivo de completar a sua formação académica, tendo sido bastante influenciado pelos escultores Auguste Rodin e Antoine Bourdelle. Nesta cidade integra o grupo “Os Cinco Independentes” do qual faziam parte os artistas portugueses Dórdio Gomes, Henrique Franco, Alfredo Miguéis e Diogo de Macedo.

Em 1914, com o eclodir da Primeira Guerra Mundial, Francisco Franco regressa ao Funchal. As suas obras deste período revelam a passagem de um gosto naturalista (com influência de Rodin) para uma estética mais expressionista e um interesse pelos valores formais e pela modelação. Nesta altura Francisco Franco é um dos mais importantes escultores modernistas portugueses. 


A escultura “João Gonçalves Zarco”, realizada em 1928, assinala o período público da sua carreira como escultor. Denota influências de Cézanne na facetação volumétrica e também um certo carácter expressionista na modelação. A iconicidade e o hieratismo da postura e o carácter heróico transformam esta obra no modelo adoptado pelo regime político. 


A partir da década de 30, torna-se um dos escultores mais solicitados para a realização da estatuária do Estado Novo e ganha enorme projecção no contexto nacional, influenciando quase todos os escultores coevos. De entre os inúmeros trabalhos que assina, destacam-se a estátua do “Infante D. Henrique”, de 1931 e uma série de estátuas régias, como a de “D. João IV”, colocada no Terreiro do Paço de Vila Viçosa (1943), uma das suas obras-primas. 
Francisco Franco produz também escultura de temática religiosa, como o “Apostolado” da Igreja de Nossa Senhora de Fátima em Lisboa (1935) ou a estátua do “Cristo-Rei” em Almada, concluída em 1959 (a sua última grande escultura). Cultivou ainda outros géneros, como o nu feminino e o retrato, de que se destaca a estátua de “António Salazar”.